A história dos selos de natal (parte 2)

Post número 263
Publicado em 23/12/2020

Foto de capa: bloco da emissão de natal de 2015 do Reino Unido.

Como vimos anteriormente, os selos de natal foram sendo cada vez mais abundantes com o passar do tempo, sendo emitidos por cada vez mais países e de forma cada vez mais regular, veremos nesse post outros aspectos sobre os selos de natal para entender melhor as suas características.

O uso das peças no dia a dia

Selos: Estados Unidos (1974), Noruega (1990) e Canadá (1967).

Em alguns países os selos natalinos foram desde o início, ou passaram a ser com o passar do tempo, um selo com características semelhantes aos dos selos regulares, pois foram concebidos para circular em massa durante essa época do ano.

Exemplos disso são os selos americanos, canadenses, britânicos ou australianos produzidos com variações em carnês, folhas menores ou mesmo em variedades fosforescentes. Talvez a maior facilidade que foi criada nesse sentido seja a dos selos autoadesivos, prática que se iniciou nos Estados Unidos em 1974 e se popularizou por vários países, incluindo o Brasil.

Selos: Irlanda (2017) e Austrália (2020).

Além dos próprios selos "normais", o tema natalino aparece comumente nos selos personalizados e nos autômatos. Quando pensamos em outras peças, é possível encontrar também o tema estampado em carimbos ou flâmulas.

Aerograma de natal das Ilhas Gilbert e Ellice de 1973.

Quando falamos em praticidade no natal, é impossível não falar dos inteiros postais, os quais facilitavam o envio de mensagens de boas festas nessa época do ano. Embora existam também os envelopes e cartões postais, foram mesmo os aerogramas que se encaixaram melhor com essa época do ano, tendo sido emitidos em grandes quantidades por vários países. 

Aqui no Brasil por exemplo, eles foram criados no final da década de 1940, em substituição das cartas bilhete que já não seriam mais produzidas, mas foi durante a década de 1970 que eles se popularizaram, passando a ser emitidos praticamente todos os anos, quase sempre com desenhos diferentes.

A diversificação do tema

Selos: Barbuda (1969), Cuba (1967), Ilha Christmas (1986) e Estônia (2017).

Para retratar o natal, na grande maioria das vezes foram escolhidos temas religiosos ou das decorações presentes nessa época do ano. Além de serem mais tradicionais, os temas religiosos podem trazer também obras de arte de artistas clássicos.

Já os desenhos mais contemporâneos podem ser interessantes para dar maior dinamismo ao tema. Os Estados Unidos são um exemplo disso, pois foi um país que emitiu os dois tipos de abordagem juntos por anos seguidos. 

Um país que vale muito a pena ser mencionado é a Ilha de Christmas. Nessa época do ano, muitas vezes o país emite selos bastante interessantes, mostrando o Papai Noel em paisagens tropicais, uma forma de associar o nome do país com a festividade de forma criativa. 

É impossível não citar Cuba quando falamos na diversidade do tema natalino. Após a Revolução Cubana em 1959, o país passou a abordar o natal mostrando espécies animais e vegetais, talvez como uma forma de evitar a polêmica da separação entre religião e estado que o tema pode envolver. 

Isso inclusive chegou a ocorrer também nos Estados Unidos, por exemplo, mas que por lá não afetou as emissões postais. Apesar de terem emitido séries grandes e diversificadas ano após ano, Cuba abordou o natal pela última vez em seus selos em 1970.

Natal em todos os anos

Série americana de 2018 trazendo imagens clássicas do Papai Noel.

Como podemos ver, o natal é um dos temas mais fáceis para serem colecionados, estando presentes em praticamente todos os anos no programa de emissões postais da maioria dos países. 

Confesso que, como colecionador tradicional, que busca ter as coleções montadas não por temas, mas por países, o fato de o natal aparecer todos os anos pode soar um tanto quanto repetitivo, mas é significativo como ano após ano o tema se renova e se redescobre.


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