Os mais vendidos

Post número 152
Publicado em 28/09/2019


Normalmente os selos comemorativos têm uma procura relativamente constante quando são lançados. No entanto, alguns casos no decorrer da história tiveram um sucesso muito maior do que o esperado, atingindo também o público que não coleciona selos.

Lendas da música americana - Elvis Presley

Em 1993 o correio americano decidiu homenagear, dentre outros artistas, o ícone Elvis Presley. A quantidade de unidades vendidas deste selo foi o maior sucesso de todos os tempos na filatelia.



Na verdade, Elvis não teve somente um selo, foram três. O primeiro com a legenda "Elvis" foi impresso sozinho na folha. Enquanto que o segundo tipo, com a legenda "Elvis Presley" foi impresso juntamente com outros nomes da música americana, tanto nas folhas normais quanto nos folhetos de carnê sem denteação nas laterais.

Os selos tiveram alta tiragem, foram 517 milhões no primeiro tipo, e cerca de 114 milhões no segundo tipo, somando-se os selos impressos em folhas normais e carnês.

Estima-se que na época tenham sido vendidos cerca de 124 milhões de exemplares com a finalidade de souvenir, ou seja, foram comprados e guardados em estado novo, gerando uma receita de quase 36 milhões de dólares. O vídeo abaixo traz a reportagem de um telejornal americano noticiando o fato curioso.


O sucesso nas vendas do selo de Elvis pode ser explicado por alguns fatores. O primeiro deles e mais simples é o de que em 1993 as pessoas ainda tinham uma demanda bastante relevante de enviar cartas, ou seja, estavam psicologicamente mais próximas do correio. Com isso, uma novidade como esta, ficaria muito mais visível ao público. 

Inclusive, antes de produzir o selo, o correio americano disponibilizou nas agências uma espécie de cédula eleitoral para se decidir entre os dois melhores desenhos. Na época o vencedor foi o Elvis mais novo no início da carreira.

Além de ter sido um período em que as pessoas ainda usavam muito o correio e precisavam enviar cartas, o terceiro fator de peso é a força deste ícone da música americana, o que fez com que muitas pessoas quisessem comprar um ou mais exemplares apenas para guardar como lembrança, mesmo que muitos deles nem fossem colecionadores.

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O sucesso absurdo das vendas do selo de Elvis Presley gerou expectativa sobre diversas outras emissões posteriores sobre Frank Sinatra, Simpsons, personagens da Disney e Marvel no correio americano, fato que nunca se concretizou. O sucesso das vendas do selo de Elvis nunca mais foi repetido, inclusive na emissão em sua homenagem de 2015.

Milésimo gol do Pelé



Em 1969 o jogador Edson Arantes do Nascimento marcou o milésimo gol em sua carreira, fato que foi comemorado pelo correio brasileiro.

O selo traz a imagem de Pelé marcando o gol com a camisa da seleção brasileira e não com a do Santos, como foi o milésimo. Este foi um fator forte para alavancar as vendas, pois a tendência é o mercado se interessar mais por um produto da seleção do que de um time específico.

Na época de seu lançamento, a maior parte dos selos foi guardada como recordação, fazendo com que os selos usados sejam muito menos comuns do que os demais comemorativos da época.

Como forma de aproveitar o sucesso inicial das vendas, o correio brasileiro emitiu também um bloco com valor facial mais alto no ano seguinte.

Ano do macaco

Em 1980 a República Popular da China também produziu um selo com enorme sucesso em vendas. Trata-se do selo do ano lunar chinês do macaco. Esta foi a primeira ocasião em que a China trouxe um animal do zodíaco na filatelia, mas não foi a única, tendo sido repetida inúmeras vezes posteriormente.



O selo tem um desenho simples, mas belo, trazendo a imagem de um pequeno macaco. Nele há elementos que foram fundamentais para o seu sucesso de vendas. Na cultura chinesa a cor vermelha e o número 8 são considerados símbolos de sorte.

Isso fez com que muitas pessoas comprassem este selo na época de seu lançamento, simplesmente para guardá-lo como uma espécie de amuleto. Isso fez com que muitos exemplares fossem guardados em estado novo e nunca utilizados.

Apesar de ter tido uma tiragem de 5 milhões de exemplares, o selo do ano do macaco foi um dos poucos casos na filatelia moderna em que um selo comum se tornou raro, alcançando cotação semelhante a de um selo clássico.



Ao contrário do caso de Elvis, o selo do macaco teve o seu sucesso repetido. Em 2011, o selo do ano do coelho teve uma ótima quantidade de vendas, tendo sido esgotado em pouco tempo pelo mesmo motivo.

Com o passar do tempo, diversos países passaram a trazer este mesmo tema em suas emissões, muito provavelmente tentando repetir o seu sucesso de vendas.

Pelo que podemos ver, as três emissões têm em comum o fato de ter conseguido atrair a atenção do público em geral. Ou seja, tiveram enorme sucesso por terem sido comprados não apenas por colecionadores, mas também por pessoas que se identificaram com os temas. Talvez esta seja a receita de sucesso das vendas.


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