Os períodos inflacionários na filatelia
Post número 164
Publicado em 24/11/2019, atualizado pela última vez em 04/02/2020
A inflação é um fenômeno econômico no qual o dinheiro perde valor de compra, fazendo com que os produtos e serviços fiquem mais caros. Esta é uma ocorrência bastante visível na filatelia, visto que os correios são um serviço essencial e as taxas acompanham as flutuações econômicas. Veremos a seguir alguns casos mais notáveis da história.
Em 1923 a Alemanha sofreu com a quarta pior hiperinflação da história e também a mais famosa. Após ter sido derrotada na guerra com dívidas e a produção em queda, a solução vista pelo governo de Weimar foi imprimir dinheiro de forma indiscriminada, levando a uma inflação de 29.500% ao mês. Neste período os preços dobravam em menos de 4 dias, as tarifas dos correios eram alteradas com enorme frequência, o que levou o correio alemão a produzir mais de 100 selos naquele ano. O maior valor facial era de 50 bilhões de marcos.
Além da Alemanha, outros países europeus também sofreram com fortes inflações no início dos anos 1920. São eles (com as suas respectivas taxas de inflação mensais): Estado Livre de Danzig (2440%), Polônia (275%), Rússia (212%), Áustria (129%) e Hungria (98%). Nestes casos, os preços dobravam entre 6 e 30 dias.
Após ter sido ocupada na guerra, a Grécia viveu um rápido surto de hiperinflação em 1944. Durante este período, a taxa de elevação mensal chegou a 13.800% e os preços dobravam em menos de 5 dias. O selo com valor facial mais alto foi o de 5 milhões de dracmas.
Entre 1945 e 1946 a Hungria viveu o pior caso de hiperinflação da história. Durante este período, a inflação chegou ao pico de 41,9 quatrilhões por cento por mês, com os preços dobrando em menos de 16 horas! O selo com valor facial mais alto deste período foi o de 500 mil trilhões de pengõ.
Abalada após a guerra contra o Japão e também os confrontos civis, a China passou uma grande inflação entre 1945 e 1949, chegando atingir 5.070% ao mês em 1949, a taxa de desvalorização fazia os preços dobrarem em menos de 6 dias. Os selos com maior valor facial chegaram em 5 milhões de yuan.
Durante a década de 1980 e início dos anos 1990 o Brasil passou por um período inflacionário marcado pelas repetidas trocas de padrões monetários. Na filatelia esse período traz como novidade principalmente os selos com indicação de porte. Além disso, para o colecionador de franquias mecânicas este é um período interessante, pois muitos desenhos tiveram que ser alterados para comportar mais casas decimais.
Além do Brasil, que sofreu com um índice alto ao longo da década de 1980, chegando ao pico de 82%, outros países latino-americanos também sofreram deste problema econômico. São eles: Peru (397%), Argentina (197%), Nicarágua (261%), Chile (87%), sendo acompanhados também por Bolívia e México. Nestes países, vários selos foram produzidos com valores faciais nas casas dos milhares.
Entre 1993 e 1994 a antiga Iugoslávia sobre uma turbulência econômica devido aos conflitos decorrentes da sua fragmentação. Durante este período, o dinar iugoslavo sofreu uma desvalorização de 313 milhões por cento, neste período os preços dobravam em cerca de um dia e meio, fazendo desta a terceira pior hiperinflação da história. Os selos com maiores valores faciais traziam a cifra de 400 milhões de dinares.
Outros países que passaram por separações também sofreram com grandes inflações durante a década de 1990. Na Armênia os índices chegaram a 438% e no Turcomenistão a 429% ao mês. Em ambos casos os preços dobravam a cada 12 dias aproximadamente.
Outros recém saídos do bloco oriental que também sofreram cenários semelhantes foram: Bósnia (322%), Ucrânia (285%), Rússia (245%), Bulgária (242%), Moldávia (240%), Geórgia (211%), Tajiquistão (201%), dentre outros.
Em 2008 o Zimbábue viveu a mais recente e a segunda maior inflação da história. Para conter a falta de recursos, o país produziu papel moeda de forma indiscriminada, chegando ao índice de 79,6 bilhões por cento de desvalorização, no ápice da inflação, os preços dobravam em cerca de um dia. Os selos chegaram aos valores faciais na casa das dezenas de milhões, muitos foram impressos com letras referentes ao tipo de serviço apenas.
Em 2008 o Zimbábue viveu a mais recente e a segunda maior inflação da história. Para conter a falta de recursos, o país produziu papel moeda de forma indiscriminada, chegando ao índice de 79,6 bilhões por cento de desvalorização, no ápice da inflação, os preços dobravam em cerca de um dia. Os selos chegaram aos valores faciais na casa das dezenas de milhões, muitos foram impressos com letras referentes ao tipo de serviço apenas.
Desta forma, podemos ver como a inflação pode ser um fator interessante de ser observado nos selos e cartas circuladas. É possível até mesmo criar uma coleção totalmente dedicada a este tipo de assunto, pois foram várias as séries produzidas durante estes períodos nestes países.
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