Novos países que podem surgir, parte 1
Post número 227
Publicado em 09/08/2020
Foto de capa: envelope de primeiro dia da última emissão do Sahara Espanhol em 1975.
Por terem sido emitidos no passar de várias décadas, os selos mostram como o geopolítica muda, e como novos países podem surgir. Nesse texto, veremos alguns casos de países que têm tendência a sofrer mudanças no futuro.
Nesse primeiro post, veremos duas modificações que podem vir a ocorrer no continente africano. Vale lembrar que este é um continente instável, sendo que a última mudança no mapa não é antiga, remontando a 2011 com a independência do Sudão do Sul.
Sahara Ocidental
Selos do Sahara emitidos enquanto colônia espanhola e selos ilegais emitidos pelo governo em exílio.
Desde então, foi formada a Frente Polisário, movimento que luta pela independência do país, que teve como principal vitória a retomada de um terço do país, o qual estava sob ocupação mauritana. O governo exilado na Argélia é reconhecido por cerca de 50 países e pela União Africana, mas não oficialmente pela ONU, e consequentemente, pela União Postal Universal.
Desta forma, os selos produzidos a partir de 1975 são considerados sem valor de franquia e provavelmente foram produzidos para angariar fundos para o movimento. O território é conhecido como a "última colônia" da África, apesar do travamento da questão devido ao apoio recebido pelo Marrocos, é possível que o Sahara venha a se tornar independente nos próximos anos.
Federação da África Oriental
Selos dos períodos coloniais em que os países estiveram unidos: África Oriental Alemã, Quênia Uganda Tanzânia e Ruanda-Urundi, além do recém independente Sudão do Sul.
A Federação da África Oriental é uma unificação não apenas possível, mas como também desejada pelos países que compõem a Comunidade da África Oriental a qual já existiu quando os países ainda eram colônias e também após as suas independências nas décadas de 1960 e 1970.
Nos anos 2000 essa organização intergovernamental foi revivida por Quênia Uganda e Tanzânia, tendo a adição de Ruanda e Burundi em 2007 e mais recentemente em 2016 a aprovação do Sudão do Sul. Essa organização busca não apenas o estreitamento das relações de cooperação, mas também fala abertamente em uma unificação, que não tem ainda não tem uma data para ocorrer em curto prazo, mas que é provável nos próximos anos.
Histórica e filatelicamente falando, a região já esteve unificada, quando utilizava os selos da África Oriental Alemã até 1918, quando foi dividida entre Ruanda-Urundi para os belgas e Quênia Uganda Tanganika para os britânicos. Após as suas independências, esses países passaram a usar selos próprios com os nomes que conhecemos atualmente, mas com uma possível reunificação, voltaríamos a ter somente uma entidade como havia no começo do século XX.
Desta forma, podemos ver como estas mudanças geopolíticas podem afetar até mesmo a coleção de um filatelista, retomando entidades extintas há décadas.
Veja também:
As mudanças nos países com o passar do tempo:
Mudanças políticas no continente africano:
Os selos UNITA de Angola
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